sábado, 16 de junho de 2007

VIAGEM A PORTO SANTO

08.06.2007 - o primeiro dia

Levantar de manhã. Seguir a rotina do costume. A excitação de ir viajar! Ao meio dia tínhamos de estar no Aeroporto. Check in! Comprar chocolates no Free Shop (não resisto que hei-de eu fazer?) Às 14h já estávamos a voar! Uma hora e meia sobre as nuvens e chegamos a Porto Santo.






Porto Santo


Porto Santo constitui um só concelho com uma só freguesia, com 9km de praia e cerca de 5000 habitantes. O nome da ilha remonta a 1418, quando Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e seus companheiros de viagem, encontraram nesta, um porto seguro, durante uma enorme tempestade, da qual todos temiam não saírem vivos.




Ficámos no Apart-Hotel LUAR MAR, um nome bastante romântico e sujestivo, mas que já precisa de algumas melhorias para continuar a ser considerado um 4 estrelas.



Estamos cheios de fome e temos de fazer as compras para cozinharmos toda a semana. O Apart-Hotel, tem um Mini Mercado onde decidimos ir fazer compras, para podermos fazer o jantar sem mais preocupações, podendo relaxar e descançar.




Descemos de elevador e encontramos no tal Mini Mercado, uns pacotes de sumo, leite, umas conservas e pouco mais! Olhamos a menina das tranças e percebemos que tínhamos duas alternativas: ou passar fome e comer atum com atum durante 7 dias (almoço e jantar) ou então, procurarmos um Super Mercado à séria. Eu pergunto-me:

"Onde estão os vegetais e frutas?"


E a menina das tranças lá nos explica no seu sotaque tão característico, onde fica o ZARCO. E é assim que passados 30min a pé, encontramos o fantástico Centro Comercial Zarco - o único Shoping Center de toda a ilha. Lá fazemos as nossas compras e voltamos para o quarto-apartamento. Compro imensos vegetais e frutas para confeccionar umas saladas fantásticas!


Mas por esta altura estavamos a começar a ficar deprimidos e muito irritados! O Hotel não era nada de especial, já tinhamos ficado em melhores. O quarto não se parece de facto nada às imagens que eles têm no site. Da varanda não temos vista mar, temos uma espécie de vista Montanha com uma palmeira que quase entra dentro do quarto dentro. Estavamos muito cansados de ter de ir fazer compras muito longe. E muito longe ficava o centro da Vila para podermos ir tomar um copo e desta vez não tinhamos alugado um carro. Começavamos agora a repensar se teria sido boa ideia fazer esta viagem...









09.06.2007 - o segundo dia



Depois do pequeno-almoço, numa sala que não és das melhores, e de eu estar sempre a perguntar:



"Onde é que está a fruta?"


Vamos para a praia. O tempo não estava fantástico, de maneira que decidimos passear, de T-shirts e calções, pelos 9km de praia.





O Cais Velho


Lá ao fundo encontramos o Cais Velho. A 19 de Março de 1929 iniciou-se a construção do cais, hoje monumento e ícone do Porto Santo. Com um comprimento de 102 metros por 4 de largura, assenta em pilares robustos colocados a igual distância uns dos outros. A partir daí os passageiros que aportavam em Porto Santo, começaram a embarcar e a desembarcar pelos seus próprios meios, em vez de serem transportados às costas, ou ao colo, de fortes homens, como durante séculos se fez.




Quase no final da ilha, encontramos o Farol, cuja minha foto saíu muito estranha...






Antes de descermos e voltarmos para a zona do Hotel, damos um mini-passeio pela frente da Vila onde encontramos o Padrão das Descobertas.







Padrão das Descobertas


De secção quadrangular e imponente, o "Pau de Sabão", como é popularmente conhecido, tem em cada uma das faces relevos alusivos aos descobrimentos henriquinos. Da autoria de António Aragão, o Padrão dos Descobertas fica situado na Alameda do Infante e foi inaugurado a 28 de Agosto de 1960.








Encontrámos ainda um outro monumento dedicado às descobertas, mas que em lado nenhum consegui perceber o que era. Mas como achei tão especial, fotografei!








Este monumento fica à esquerda do Senhor Barqueiro!





A Avenida mesmo à esquerda dele, eu chamei-lhe de Avendida das Palmeiras! E achei muito bonita!





Entretanto decidimos voltar. Primeiro pelo passeio de Palmeiras!





Depois pela praia fora. Fazer mais 9km para trás até chegar ao Hotel e ir almoçar, afinal já passava das 14h!






Quando chegamos ao espelho é que nos deparamos com uma imagem digna de ser ver (e não, não há fotografias dessa imagem) estavamos os dois com o bronzeado vulgarmente chamado de "Trolha", com as marcas das t-shirts de alças e um escaldão nos ombros! Isto estava a correr bem!




Cremes e muitos cremes, e da parte da tarde vamos tentar tingir as t-shirts brancas da nossa pele, num pouco de sol e mar. Desta vez, decidimos descer um pouco a praia mas em cada sítio que nos deitavamo-nos, o vento cobria-nos os corpos de areia. Eu sentia-me um bife panado pronto a fritar! Tentámos ir ao mar, mas nesta zona era só pedras e rochas e rochas e calhaus! Estavamos a ficar mesmo muito irritados! Além disso parece ser um destino perfeito para as familias, porque se ouve o choro ou gritar das crianças e não era nada disso que me apetecia! Isto não estava a correr mesmo nada bem!




À noite, no Hotel, fazia frio e adormecemos no sofá, enrolados num cobertor, a ver televisão. Um serão tipico de férias de Verão!





10.06.2007 - o terceiro dia


Depois do pequeno-almoço, onde reparo que existe uma garrafa de Espumante e que me fez questionar que horas eram, fomos para a praia! O mar é calmo. Não existem ondas. Podemo-nos deitar no mar e ficar a boiar e quase adormecer. O mar é azul, mesmo azul e a água é limpa, tão limpa que a cada passo que dou, vejo a areia nos meus pés. Sim, desta vez escolhemos um sitio sem rochas! Acho que isto está a começar a correr melhor!







Fico a olhar a linha azul, que separa o azul do céu do azul do mar. É perfeita! Hoje não há vento e relaxar na praia e aproveitar o sol e o mar, começa a fazer parte das nossas férias de Verão! O sol está quente. Fecho os olhos e ouço o som da maré. Começo a sentir a magia desta praia.


MAS no final do dia, reparo que tenho a cara a arder e quase queimada de tanto sol! Queria tanto desfazer-me das manchas do primeiro dia que exagerei! Cremes, cremes e mais cremes, e passo a noite a hidratar a pele! Isto afinal não está mesmo a correr nada bem!



11.06.2007 - o quarto dia



A minha cara já acordou bastante melhor, mas mesmo assim, cremes, cremes e mais cremes! Acordo às 07h da manhã e vou sozinho dar um passeio à beira-mar. Ainda não está muito calor. Ouço o mar. Nunca tinha estado tão cedo na praia e já há muito tempo que não passeava sozinho na praia. O mar. A areia. E os meus pensamentos matinais. Eu e o Mar.




Muitos passeios, muitos mergulhos e eu a boiar. Deitamo-nos na areia e a meio da tarde começas a dizer-me que não ouves. Não consegues ouvir do ouvido direito depois de mergulhares. Achamos que entretando vai passar mas à noite estás surdo dum lado. Parece-me que realmente isto não está a correr mesmo nada bem!





12.06.2007 - o quinto dia

Tinhamos marcado para hoje de manhã, uma visita guiada por toda a Ilha. 10h da manhã e estamos sentados no lobbie de entrada à espera. Passados trinta minutos e alguns telefonemas das amorosas das meninas da recepção e finalmente alguém do outro lado explica o atraso. Enganaram-se no Hotel e foram ter a outro! Como acho que isto não podia estar a correr melhor, apesar de se prontificarem a virem buscar-nos imediatamente, recuso e remarco para quinta-feira às 10h, neste Hotel!





Vamos pela praia até ao centro da Vila, chamada cidade de Vila Baleira, que segundo depois nos explicam, por influência Árabe, deveria ter sido chamada de Vila Valeira, por se tratar de um imenso vale entre várias montanhas de origem vulcanica. No entanto o Valeira deu em Baleira, na troca do V pelo B.


Vamos à Farmácia e ao Centro de Saúde para tratar a tua falta de audição. Não levaste o teu cartão de utente, mas mesmo assim atendem-te nas Urgências. No final, a menina da recepção não tem troco e simplesmente responde:




"Pagam depois, quando passarem por cá!"


Lá compramos várias Gotas para o teu ouvido, na Farmácia, na amorosa das Madeixas e vamos dar mais um passeio por ali. Encontramos uma estátua do Busto de Cristovão Colombo e ao lado da Igreja Matriz, a Casa Colombo.








Cristóvão Colombo



Cristóvão Colombo, enquanto se preparava, na posse de alguns mapas, para descobrir a sua grande viagem, na qual iria descobrir a América, viveu em Porto Santo, com a sua mulher Filipa Moniz, a filha de Bartolomeu Perestrelo. Deste casamento surge um filho, de seu nome Diogo. A família viveu numa casa situada no centro da Vila, transformada hoje em sua homenagem na Casa Museu.




http://www.museucolombo-portosanto.com/




Almoçamos num sitio lindo, com uma vista ma


Solar do Infante,Cozinha Portuguesa , Cozinha Internacional
Centro de Artesanato - Vila Baleira
9400-001 PORTO SANTO

Tel.: 291985270Fax: 291984197
e-mail: solardoinfante@iol.pt





Tenho o mar todo à minha frente. Um almoço perfeito! Antes de voltarmos ao Hotel, compramos uns postais e uns Bolos de Mel para oferecer e fazemos umas compras no Pingo Doce, que levamos pela Praia.




Passo a tarde a por-te gotas nos ouvidos e a cuidar de ti. Para relaxar vamos fazer uma Sauna no Hotel, e saímos de lá a ferver, muito transpirados e com os músculos bastante mais descontraídos!


13.06.2007 - o sexto dia

Um dia perfeito de praia. Está calor. O mar está óptimo. Agora ficamos mesmo à frente do Hotel, já que quando se desce da piscina temos a areia e o mar à nossa frente. Para quê ir procurar sitios perfeitos onde estender a toalha, se o sitio mais perfeito à mesmo este, a dez passos contados, da piscina do Hotel? A minha cara voltou à normalidade, as manchas nos ombros e as t-shirts brancas do "trolha" desapareceram. Não há vento. O mar continua azul, limpo, calmo, perfeito. Aqui não existem rochas e eu continuo a boiar na água. Afinal isto até está a correr bem!





Sabemos que a areia tem propriedades curativas e que algumas pessoas enterraram completamente as pernas buracos feitos na areia e que curam alguns dos seus problemas. Entretanto, eu não faço nenhum buraco, mas deitado na areia, consigo relaxar...








14.06.2007 - o sétimo dia


Finalmente, às 10h da manhã vamos dar a tão esperada volta à ilha! Passamos pelo Hotel Vila Baleira onde se efectuam os famosos tratamentos de Talassoterapia. Descobrimos algumas curiosidades acerca da História da Ilha.


História

Durante muito tempo, Porto Santo foi alvo de constantes saques e matanças praticadas por piratas argelinos e corsários ingleses e franceses. Em 1617, estes assassinaram todos os homens que conseguiram apanhar e raptaram grande parte das mulheres.


Uma carta régia de D. José I, de Outubro de 1770, obrigava todos os lavradores do Porto Santo a plantarem árvores nos limites das suas terras, bem como nos ribeiros. E, na época, era tal a falta de vegetação que pouco tempo depois se decretou ser expressamente proibido cortar árvores, até mesmo as já secas. Hoje em dia vemos toda uma vegetação plantada pelo homem. Quase não existem árvores nascidas espontaneamente.




A nossa primeira paragem é no Miradouro das Flores de onde vemos alguns dos ilhéus que rodeiam a ilha.





Ilhéus

Existem 7 ilhéus à volta da Ilha. Sendo o ponto mais alto do Ilhéu da Cal de 178 metros, com falésias e escarpas recortadas, a extracção do precioso minério motivou diversos acidentes. No mais trágico de todos, conta-se que morreram de uma só vez 16 homens soterrados no interior de uma mina em consequência de um desabamento de rochas.




Descobrimos que em 1856 uma epidemia de cólera (cólera morbus) propagou-se na ilha do Porto Santo durante um mês inteiro, acabando por ceifar, em poucos dias, a vida a 56 habitantes.Segundo os “Anais do Município do Porto Santo”, a 4 de Fevereiro de 1860, pela primeira e única vez, nevou sobre a ilha, deixando montes e vales cobertos de branco. E a neve foi em tal porção que muitas pessoas a armazenaram chegando mesmo a fazer sorvetes. A nossa segunda paragem é na Quinta das Palmeiras.

Quinta das Palmeiras


Há vários anos que a Quinta das Palmeiras se impôs como pólo de atracção turística no Porto Santo. Localizada no sítio dos Linhares, numa colina do centro oeste da ilha, este mini-zoo e mini-jardim botânico tem para oferecer aos seus visitantes um vasto número de espécies ornitológicas e vegetais. Ocupando uma área total de 5380 metros quadrados, este luxuriante espaço faz inveja às paisagens porto-santenses, as quais são predominantemente agrestes.





Eu fiquei mais encantado com aves...













Descobrimos ainda que a 7 de Janeiro de 1893 foi efectuada em Paris a primeira análise das águas da Fontinha, as quais, poucos anos depois, iriam dar origem à primeira e única fábrica de água mineral da ilha. Na altura, as análises revelaram serem essas águas bicarbonatadas, cloretadas e sulfatadas sódicas, aconselháveis, portanto, para o tratamento de doenças de pele e do aparelho digestivo. A "Água Mineral do Porto Santo" venceu, em 1918, obtendo uma medalha de ouro, a exposição internacional de águas minerais realizadas no Rio de Janeiro. Hoje em dia a fábrica encontra-se encerrada.





A primitiva iluminação da Vila Baleira era feita por candeeiros a petróleo que a Câmara Municipal mandou colocar nas principais ruas da Vila Baleira em 1931. Só em 1954 é que a energia eléctrica veio substituir os obsoletos candeeiros "petromax". Nesse mesmo ano começou também a distribuição por rede de água potável ao domicílio. Paragem seguinte: Museu Cardima.






Museu Cardina

Sedeado no sítio da Camacha, o Museu Cardina é um museu etnográfico, inaugurado em 2006, que dispõe de um vasto espólio, onde se pode encontrar diferentes tipos de peças e artefactos que retratam o dia-a-dia da população do Porto Santo desde os tempos do povoamento. Os afazeres domésticos, a agricultura, a lavoura, a pesca, os fontanários, os ofícios, de tudo um pouco pode ser visto neste museu, cuja maioria das peças foram concebidas pelo portossantense José Cardina, que é também o proprietário do museu.



Moinho de Vento


Foi em 1794 que, segundo alguns historiadores, surgiu o primeiro moinho de vento em Porto Santo. O relevo baixo da ilha, com vento a soprar em muitos dias do ano e em vários quadrantes, criou condições propícias para a montagem destes engenhos. Em poucas décadas, os moinhos de vento difundiram-se de tal forma que passaram a ser uma das imagens emblemáticas da ilha.




O Aeroporto


A 20 de Julho de 1960, um mês antes da inauguração do Aeroporto do Porto Santo, aterrou na ilha, num voo experimental, o primeiro avião. Em 28 de Agosto de 1960 foi inaugurado o Aeroporto do Porto Santo, o primeiro do arquipélago. A população ali alojada teve de se transferir para um bairro especialmente construído para o efeito, o Dragoal Novo. Terminámos a visita no Miradouro do Pico do Castelo.


Miradouro do Pico do Castelo



No Pico do Castelo, cujo ponto mais alto atinge os 430 metros, podemos encontrar as ruínas de uma fortaleza do século XVI, na qual se refugiava a população aquando dos ataques de piratas e corsários.






Soubemos entretanto que do outro lado da ilha, nas montanhas rochosas, três senhoras alemãns recuperaram três casas antigas de pedra, onde vivem isoladas, mas nas melhores condições.



15.06.2007- oitavo e último dia


Vontade de ir embora? Nenhuma! Já estamos com saudade deste mar, desta praia, desta paisagem, do sol e da calma. Existe uma paz contagiante que paira no ar e que nos acalma o ollhar.



Levamos conosco uma imagem de um mar calmo e duma paz dificil de encontar. Afinal isto tinha corrido mesmo muito bem!




(Chegámos Lisboa....está a chover...............!)